terça-feira, 28 de julho de 2009

Mata Mata divide opiniões

Encerrado no último domingo, o Grand Slam de Marselha definitivamente não deixará saudades às oito duplas brasileiras que estiveram na disputa. A etapa francesa foi a primeira do ano, em oito realizadas, que não contou com times verde-amarelos no pódio. Os ventos fortes entre 60 e 80 km/h que chegaram a adiar a programação tiveram sua parcela de responsabilidade na performance decepcionante dos brasileiros. Porém, o sistema de mata-mata adotado no Grand Slam também contribuiu consideravelmente.

O formato utilizado em Marselha não foi inédito, mas estava enterrado pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei) desde 2001, quando foi utilizado pela última vez nos Jogos da Amizade em Brisbane, Austrália. Antes, Marselha já havia sediado etapas do Circuito Mundial neste mesmo sistema, em 1997 e 1998, e o Campeonato Mundial de 1997, em Los Angeles, foi disputado nos mesmos moldes.Atualmente, todas as rodadas do Circuito têm fases de repescagem, tanto as etapas open quanto os Grand Slams, disputados em grupos. Isso permite que as duplas percam ao menos uma vez ao longo da competição antes das semifinais. No mata-mata, porém, qualquer tropeço significa eliminação.


Para alguns atletas, a rigidez do formato é prejudicial. "Neste formato, você tira o direito de o time ter uma segunda chance e, se você for prejudicado por alguma coisa ou não jogar bem, não tem mais como seguir na etapa", analisou Alison. Disputar um torneio tem custo muito alto e isso deve ser levado em consideração. O sistema de dupla eliminação [com repescagem] é o que o atleta já está acostumado e o que te dá a oportunidade de ser recuperar".Para Juliana e Larissa, o "alguma coisa" citado por Alison foram os ventos fortes. Após terem sua estreia adiada para quinta-feira, as tricampeãs do Circuito Mundial tiveram de jogar em condições climáticas adversas e acabaram perdendo por 2 sets a 0 para as mexicanas Candelas e Garcia. Após o jogo, as próprias adversárias admitiram que apenas o tempo poderia ajudá-las a derrotar o time brasileiro.
Ainda assim, Larissa vê pontos positivos no sistema adotado em Marselha. "O que muda nesse novo formato é que precisamos estar muito mais concentradas do que o habitual, já que qualquer deslize pode ser fatal. Isso acaba atrapalhando um pouco porque você joga mais pressionada e precisa ter tranqüilidade para lidar com isso", afirmou a jogadora paraense. "Por outro lado, existe o fato de se cobrar mais na preparação, de saber que tem que jogar no limite, e isso é bom. Essa cobrança acaba fazendo com que o seu jogo cresça e com que você se dedique mais ao torneio".
Márcio e Fábio Luiz tiveram este privilégio logo na primeira etapa do ano, em Brasília, quando alcançaram o bronze mesmo após perderem um jogo ao longo da etapa. Entretanto, Fábio acredita que o formato de repescagem deve acabar em breve."Acho que esse [mata-mata] é o futuro do vôlei de praia, cada jogo vai ser uma decisão. Eu gosto, é como no tênis", avaliou o vice-campeão olímpico dos Jogos de Pequim. "O que eu acho que deveria acabar é o chamado contry-cota ,que é a limitação brasileira por torneio. Tinha que ser aberto, como no tênis também".

O Grand Slam de Marselha foi a única etapa do Circuito 2009 disputada em mata-mata, em caráter de teste. Já está ocorrendo o Grand Slam de Klagenfurt, Áustria, que voltou com o sistema de grupos.
Fonte Uol Esportes

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