Desde que chegou à China para substituir Juliana na parceria com Larissa, em cima da hora para o primeiro jogo do torneio de vôlei de praia dos Jogos Olímpicos Pequim 2008, na última sexta-feira, 8 de agosto, Ana Paula se adaptou melhor ao fuso-horário e tem conseguido dormir mais. Mas nem tanto. A conseqüência disso, longe de ser ruim, pôde ser percebida nesta sexta, 15, quando as duas derrotaram as alemãs Pohl e Rau pelas oitavas-de-final da competição."A gente fica na resenha até as duas da manhã, tentando se conhecer. Se a gente tiver um entrosamento legal fora, a gente leva isso para a quadra. Hoje mesmo, antes do jogo, a gente ficou conversando sobre a vida, filhos, namorados, mostrando foto uma para outra. Estou descobrindo uma pessoa legal na Larissa. Isso faz com o que o entrosamento apareça e a gente tenha liberdade para falar as coisas sem melindre.
Antes de a gente jogar juntas, muitas pessoas falaram que a Larissa tem o gênio forte e eu também tenho muita personalidade. E foi o contrário, as duas ficaram tão abertas para receber uma a outra, que a gente não queria magoar. Mas, hoje, ela já me deu uma bronca. Falou: 'Pára de sacar viagem, faz o saque flutuantes'. Foi até ríspida. Esse relacionamento ajuda isso", contou Ana Paula, que afirmou estar muito mais adaptada agora do que há uma semana, quando teve de estrear um dia depois de chegar a Pequim: "O primeiro jogo foi o jogo mais difícil da minha vida. Não tinha dormido, minhas pernas tremiam, achei que ia morrer".Ainda assim, a jogadora preferiu elogiar o desempenho de Larissa nesta sexta, talvez mais um indício do bom relacionamento que as duas vêm construindo: "O jogo hoje foi inteiro da Larissa. Eu fui mera coadjuvante. Ela defendeu muito, teve uma leitura muita boa do jogo. E eu segui as instruções dela. Ela jogou contra este time onze vezes no ano passado e eu, nenhuma. A gente hoje deixou o outro time jogar.
Costumamos forçar muito o saque e, por isso, cometemos muitos erros, dando pontos de graça, sem esforço para as adversários. Mas a Larissa hoje defendeu muito, embaralhou a cabeça das meninas e elas tiveram que pensar. E aí o Tico e o Teco não se entenderam".Para Larissa, foi realmente sua melhor atuação no torneio até agora. "Estava precisando, né? Desde o primeiro dia foram muitos desencontros. Hoje, consegui mostrar a Larissa que eu sou. A gente tem que fazer a diferença. Não tem negócio de entrosamento, não.
Para levantar o ouro, tem que levantar ela também", analisou, apostando na motivação.Enfrentar as americanas Walsh e May-Treanor, atuais campeões olímpicas e superfavoritas a levar o título em Pequim, não assusta nenhuma das duas brasileiras. "O que tem sido fácil para a gente? Elas não erram saque. Elas não costumam errar. Então, a gente não pode errar também", previu Ana Paula."Não vim aqui para ficar em quinto nem ir para a semifinal. Eu vim para ganhar o ouro. E, para ganhar o ouro, tem que enfrentar qualquer país. Que venha Estados Unidos, que venha Alemanha. Eu e a Ana precisávamos passar pelo que passamos para chegar aqui. Sem pensar que ia ser fácil. Se a gente ganhasse todas por dois a zero, ia ser muito estranho", completou Larissa.
Materia Site COB
Um comentário:
Torci muito por essa dupla nas olímpiadas, parabéns pela participação e pela garra da Larissa e da Ana Paula. E que venha Londres...
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